Telhado Shingle em projetos de retrofit: modernizando construções antigas

O apelo das construções antigas é inegável. Elas carregam histórias, estilos arquitetônicos marcantes e, muitas vezes, uma solidez que resiste ao tempo. 

No entanto, para que esses imóveis continuem atendendo às demandas contemporâneas – seja em termos de funcionalidade, eficiência energética ou estética –, o retrofit surge como uma solução inteligente e sustentável. 

E quando falamos em modernizar a cobertura, o telhado shingle em projetos de retrofit se destaca como uma escolha que une beleza, desempenho e praticidade, especialmente em projetos que buscam um visual diferenciado e alta performance.

Em construções já existentes, onde a estrutura pode apresentar desafios e as exigências por soluções eficientes são ainda maiores, a versatilidade e as vantagens do shingle se tornam elementos-chave.

O que é retrofit

Antes de mergulharmos nas particularidades do telhado shingle, é importante compreender a importância do retrofit. A palavra, de origem inglesa, significa “reforma” ou “atualização”.

No contexto da construção civil, ela se refere ao processo de modernizar edificações antigas, adaptando-as às novas tecnologias, normas de segurança, padrões de conforto e, claro, às necessidades estéticas atuais.

Os motivos para investir em um projeto de retrofit são diversos:

• – Valorização do imóvel: uma construção modernizada ganha automaticamente em valor de mercado, atraindo compradores e investidores.
• – Melhora da funcionalidade: adaptação dos espaços para novas finalidades, otimizando o uso e a circulação.
• – Eficiência energética: redução do consumo de energia por meio de isolamento térmico, sistemas de iluminação mais eficientes e ventilação natural.
• – Sustentabilidade: reuso de estruturas existentes, minimizando a geração de resíduos e o impacto ambiental.
• – Conforto e bem-estar: melhora da acústica, iluminação natural e controle térmico, proporcionando ambientes mais agradáveis.
• – Segurança e conformidade: adequação às normas técnicas e de segurança vigentes, garantindo a integridade dos usuários e do imóvel.

Dentro desse cenário, o telhado shingle se mostra um protagonista, protegendo a edificação das intempéries, contribuindo para o isolamento térmico e acústico, e, ainda, impactando significativamente na estética geral do imóvel. 

Vantagens da Telha Shingle em retrofits

As telhas shingle são, em essência, revestimentos asfálticos com uma base de manta de fibra de vidro, recobertas por grânulos cerâmicos coloridos. 

Essa composição confere a elas uma série de características que as tornam ideais para a cobertura para retrofit. 

Leveza estrutural

Uma das maiores vantagens das telhas shingle, especialmente em construções antigas, é a sua leveza. Comparadas às telhas convencionais (cerâmicas ou de concreto), que podem pesar de 40 a 50 kg/m², o sistema de telhado shingle pesa, em média, 23 kg/m².

Essa diferença significativa minimiza a sobrecarga na estrutura existente do telhado, o que é um ponto crucial em reformas onde a estrutura original não foi projetada para suportar grandes pesos adicionais. 

Muitas vezes, essa leveza evita a necessidade de reforços estruturais caros e demorados.

Uma das vantagens do telhado shingle é a leveza.

Flexibilidade de projeto e estética

O telhado shingle oferece uma liberdade estética incomparável. Disponíveis em uma vasta gama de cores, texturas e formatos, elas permitem que a arquitetura do projeto de retrofit seja totalmente revitalizada. 

Seja para manter o estilo original da construção, adicionando um toque moderno, ou para transformá-la radicalmente, as opções de design são praticamente ilimitadas. É possível criar desde um visual clássico e discreto até um mais arrojado e contemporâneo.

Alta impermeabilidade

A composição asfáltica das telhas shingle garante uma excelente impermeabilidade. 

Quando instaladas corretamente, com sobreposições e sistemas de subcobertura, elas formam uma barreira contínua contra a água, evitando vazamentos e infiltrações – problemas comuns em telhados antigos e deteriorados. 

Essa característica é fundamental para a longevidade e a integridade da edificação.

Durabilidade e resistência

As telhas shingle são projetadas para resistir a diversas condições climáticas, incluindo ventos fortes, chuvas intensas, granizo e variações de temperatura. 

Sua vida útil pode ultrapassar os 50 anos, dependendo da qualidade do material e da instalação. 

Os grânulos cerâmicos, além de conferirem cor, protegem a camada asfáltica dos raios UV, contribuindo para a durabilidade.

Manutenção simplificada

A manutenção de um telhado shingle é relativamente simples. Danos pontuais podem ser reparados com a substituição das telhas afetadas, sem a necessidade de grandes intervenções.

A superfície das telhas shingle da IKO, por exemplo, é composta por grânulos cerâmicos tratados contra o crescimento de algas, o que ajuda a inibir o acúmulo de musgos e fungos. Isso reduz a necessidade de limpezas frequentes e mantém a aparência do telhado por mais tempo.

Eficiência térmica

Embora as telhas shingle não sejam isolantes térmicos por natureza, quando integradas a um sistema de cobertura bem planejado — com subcobertura adequada, isolamento térmico no forro e ventilação eficiente —, contribuem significativamente para a eficiência energética do imóvel.

Essa combinação ajuda a regular a temperatura interna, reduzindo a necessidade de uso de ar condicionado no verão e aquecimento no inverno, o que se traduz em economia na conta de energia.

As telhas shingle não sejam isolantes térmicos por natureza.

Rapidez e facilidade de instalação

A instalação das telhas shingle é relativamente rápida e limpa, especialmente quando comparada a outros sistemas de cobertura. 

As telhas são leves e manuseáveis, o que agiliza o processo e reduz o tempo de exposição da edificação às intempéries durante a obra. 

Em projetos de retrofit, onde o tempo é muitas vezes um fator crítico, essa agilidade é uma grande vantagem.

Processo de instalação

A instalação do telhado shingle em projetos de retrofit segue um processo bem definido, que garante a sua eficiência e durabilidade. 

É indispensável que essa instalação seja feita por profissionais experientes e qualificados na construção a seco, técnica que dialoga diretamente com as características do shingle.

1. Avaliação da estrutura existente: o primeiro passo é uma análise detalhada da estrutura do telhado existente. É preciso verificar se a madeira ou metal está em boas condições, sem sinais de deterioração, e se é capaz de suportar a nova cobertura. Embora o shingle seja leve, a estrutura deve estar sólida. Qualquer reparo ou reforço necessário deve ser realizado nesta etapa.

2. Preparação da base: a base para a instalação do shingle é geralmente composta por placas estruturais, como o OSB (Oriented Strand Board) ou Smartply. Essas placas são fixadas à estrutura do telhado, criando uma superfície lisa e contínua. Essa é uma característica fundamental do sistema shingle e da construção a seco.

3. Instalação da subcobertura: sobre as placas estruturais, é aplicada a manta Stormtite, uma subcobertura sintética de alto desempenho fabricada em polipropileno. Essa manta oferece uma barreira adicional contra a umidade, protege a estrutura durante a instalação das telhas shingle e contribui para a durabilidade e o desempenho geral do sistema de cobertura.

4. Início e acabamentos: as telhas shingle são instaladas de baixo para cima, com sobreposição e fixadas com pregos, além de pontos de adesivo asfáltico localizados nas próprias telhas. Os recortes e acabamentos em cumeeiras, platibandas, rufos e calhas exigem atenção especial para garantir a perfeita estanqueidade do telhado.
   

A construção a seco é um diferencial na instalação do shingle. Ela permite uma obra mais rápida, com menos desperdício de material e menor impacto ambiental. 

Essa sinergia entre a telha shingle e os princípios da construção a seco torna o retrofit ainda mais eficiente e sustentável.

Telhado Shingle e sustentabilidade no retrofit

A sustentabilidade é um fator decisivo nos projetos de retrofit modernos, e o telhado shingle contribui para isso de várias maneiras:

• – Reuso de estruturas: ao optar pelo retrofit, evita-se a demolição completa da edificação, minimizando a geração de resíduos e o consumo de novos materiais. O shingle, por sua leveza, muitas vezes permite o reuso da estrutura existente do telhado.
• – Eficiência energética: como mencionado, a combinação de telhas shingle com sistemas de isolamento adequados melhora a eficiência térmica da edificação, reduzindo o consumo de energia para climatização.
• – Durabilidade: a longa vida útil das telhas shingle significa menos necessidade de substituição e, consequentemente, menor descarte de materiais.
• – Materiais recicláveis: muitas telhas shingle são produzidas com materiais reciclados, como asfalto reaproveitado, e podem ser recicladas ao final de sua vida útil — desde que haja programas específicos de coleta e reciclagem disponíveis na região e conforme as diretrizes do fabricante.

Cobertura com telhado shingle.

Conclusão

O telhado shingle em projetos de retrofit é mais do que uma tendência: é uma solução inteligente e eficiente para quem busca modernizar construções antigas. Sua leveza, durabilidade, impermeabilidade, flexibilidade estética e contribuição para a sustentabilidade o tornam uma escolha superior de cobertura.

Seja para resgatar a beleza de um imóvel histórico, adaptar um espaço às novas demandas ou simplesmente valorizar uma propriedade, o telhado shingle se apresenta como um aliado poderoso. 

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